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Mostrando postagens de outubro, 2021

Sujeitos da política, ou por que os evangélicos não são quem dizem ser

Ofereço aqui uma hipótese de leitura que será direta e "programática", mais do que expositiva, demonstrativa. Ao se constituírem como minoria, desde os anos 1980, os pentecostais pretenderam expressar uma identidade (há muito) privada de visibilidade e reconhecimento. Foram provocados de dentro e de fora. De dentro, pela interpelação a tomarem consciência de seu crescimento e da necessidade de se afirmarem autonomamente (em particular em relação aos protestantes tradicionais). De fora, pela interpelação a se afirmarem como sujeitos de direitos, no contexto de uma democratização expansiva, com a emergência (num sentido "técnico" físico-matemático) de novos e múltiplos atores sociais.  Esta dupla interpelação sempre-já deslocou a identidade pentecostal para fora de si. Para fora do autoisolamento e negação do mundo que caracterizou as sete décadas anteriores. Para fora de sua visão autolimitada no interior do protestantismo brasileiro, levando-a a projetar-se como a n